quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Espanha é o país mais afectado por vírus e Hungria pelo "spam"

A Espanha é o país mais ameaçado pelos programas maliciosos enviados por e-mail, com uma percentagem de uma em cada 64,1 mensagens, enquanto a Hungria é o mais afectado pelo spam, segundo o relatório da empresa MessageLabs.

Este mês, os níveis de correio electrónico não solicitado (mais conhecido por spam) da Hungria atingiram 96,3 por cento, segundo o relatório da empresa de serviços de segurança digital MessageLabs, do grupo norte-americano Symantec (www.messagelabs.com/mlireport/MLI_2010_08_August_Final_EN.pdf).

No documento, citado pela edição online do diário espanhol El País, a MessageLabs indica ainda que, em Agosto, uma em cada 327,6 mensagens continha vírus e um em cada 363,1 e-mails era, na verdade, uma tentativa de phishing, ou seja, de obter dados pessoais do receptor da mensagem.

O relatório indica ainda que Rustock continua a ser o botnet - conjunto de computadores infectados accionados remotamente para executarem software malicioso - dominante, cabendo-lhe a responsabilidade por 41 por cento do spam, e que os EUA alojam o maior número de botnets, embora a Europa registe o surgimento de novos.

O Brasil é o terceiro maior spammer do mundo, atrás dos Estados Unidos e da Índia, mas a Europa Ocidental tem quatro países entre os dez maiores remetentes de publicidade não solicitada, pois figuram nos lugares cimeiros o Reino Unido (4,5 por cento), a Alemanha (4,1 por cento), a França (3,3 por cento) e a Itália (3,2 por cento).

O documento, que faz uma análise dos programas maliciosos mais frequentes, revela que o vírus Sality.AE - que infecta ficheiros executáveis para continuar a descarregar ficheiros potencialmente perigosos a partir da net - foi o mais comum no período avaliado.

O relatório da MessageLabs não inclui dados relativos a Portugal, mas a agência Lusa contactou a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) e, de acordo com a sua secretária geral, Isabel Cruz, "não existem, pelo menos a nível oficial, estatísticas relativas ao spam e aos programas maliciosos".

Isabel Cruz revelou ainda à Lusa que, "há uns anos, a congénere francesa da CNPD teve a ideia de criar uma caixa de correio para onde todos os cidadãos do país podiam reencaminhar as mensagens de spam que fossem recebendo mas, ao fim de cerca de um mês, o sistema colapsou por sobrecarga".

"Não me parece que seja fácil chegar a uma informação rigorosa nessa matéria. Por onde íamos orientar-nos? Pelas queixas que os visados apresentam junto da Comissão? Elas constituem, muito provavelmente, uma ínfima parcela da realidade", comentou a responsável.

Segundo a MessageLabs, os seus serviços processaram uma média de 5,27 mil milhões de ligações SMTP por dia durante este mês, das quais 58,1 por cento foram moderadas através de controlos de gestão de tráfego destinados a impedir ligações inequivocamente maliciosas ou indesejadas.

No entanto, e apesar de a MessageLabs se apresentar no relatório como "uma respeitada fonte de dados e de análises" na área da segurança digital, o documento termina com uma salvaguarda na qual se lê que a Symantec "não oferece garantia acerca da correcção da informação" ali contida.